A busca pelo melhor terreno foi intensa. Após visitarmos vários terrenos com o cliente, nos deparamos com esses dois lotes voltados para uma agradável mata junto à um curso d’água que define o limite do condomínio fechado. Abrir a casa ao máximo para a mata nos pareceu fazer todo sentido, somando-se o fato de que a casa se abriria para nascente e poderia se fechar mais para a rua, dando privacidade e proteção do sol poente sem a necessidade de muros.

Dispondo os espaços definidos no programa de necessidades ao longo dos 50 metros que somam as frentes dos dois lotes, teríamos a área estabelecida para a casa. A estratégia foi, então, posicionar esses espaços em módulos de 7,2×7,2m ao longo de um eixo principal de circulação que articula e conecta todos blocos, resolvendo os aspectos funcionais e de conforto ambiental desejados.

A partir da rua se pode perceber o movimento no interior da casa através dos cobogós cerâmicos que protegem o eixo de circulação que liga um extremo ao outro da residência. O efeito interno, por sua vez, traz à memória os longos corredores fechados por cobogós dos primeiros blocos residenciais construídos em Brasília.

O jogo dos volumes brancos dispostos sob a luz é o que caracteriza a espacialidade tanto no exterior quanto no interior da casa. Seus percursos acentuam as diferentes possibilidades de percepção dos efeitos de luz natural e sombra projetadas nas paredes brancas.

Todo o programa foi distribuído em um único nível, mais próximo da cota mais alta, tornando a casa acessível apesar do declive do terreno. No trecho mais baixo do lote é possível acessar a casa sob os volumes que se destacam do solo formando pilotis.