Casa MCO

Casa MCO

 

Localização: Condomínio Jardins do Lago – Quadra 1, Jardim Botânico, Brasília, DF

Área: 400 m²

Projeto: 2011

Construção: 2013

Autores: Filipe Monte Serrat e Camilo de Lannoy

Colaboradores: Manuela Dantas, Paulo Cavalcante, Giselle Medeiros, Silvana Moraes, Carolina Dumay e Guilherme Collevatti

Obra: Arrivare Engenharia + Construtora Nacional

Fotos: Joana França

O alastramento urbano da capital federal avança para além de suas fronteiras, assim como nos demais centros urbanos do país, e altera a linha do horizonte tão presente na vida de seus habitantes.

Nasce, então, um novo contorno da cidade onde as visuais se diferenciam daquelas previstas pelo projeto urbanístico do Plano Piloto de Lucio Costa. Os condomínios fechados, proliferados pela polêmica crença da fórmula para espaços seguros, além de modificarem a paisagem, privam os moradores das inter-relações presentes nas cidades convencionais.  Mas, contraditoriamente, somente nesses espaços isolados são encontradas as raras oportunidades de se projetar abrindo mão dos  cercamentos frontais, seja pela obrigatoriedade imposta pelo próprio regimento do Condomínio, seja pela sensação de segurança percebida pelos moradores.  E foi essa característica – a de integração da casa com a rua – que ofereceu diretrizes projetuais estruturantes ao desenho da residência.

Como estratégia de implantação para melhor aproveitamento do solo e adequação ao sol, a casa ocupou  uma das laterais do lote, assegurando ainda a melhor apropriação possível do terreno de 700m². Além disso, o partido atende à demanda dos clientes de não possuir um quintal isolado nos fundos, mas um espaço verde e de lazer que pudesse ser visto e acessado ao longo de toda a extensão da casa. A articulação interna dos espaços, por sua vez, ocorre pelo eixo de circulação localizado na fachada norte, que conecta todos os ambientes no térreo.

A empena norte, por sua vez, se torna então um grande muro estrutural e não de fechamento. Um elemento de proteção dos diferentes cômodos do caminho do sol e do poente, liberando a fachada sul, mais aberta, quase como pilotis.

Uma sequência de ambientes contidos dentro de uma modulação estrutural de 5,2m definiu as áreas sociais e de serviço no térreo e os espaços íntimos no pavimento superior. O posicionamento da garagem em um semi-enterrado possibilitou, em sua cobertura, um terraço que definiu a interseção entre o lugar público e a privacidade necessária para o banho de piscina. Um grande pergolado metálico proporcionou a sombra necessária para a varanda da piscina e as conversas de fim de tarde no terraço da garagem.

Certamente, o perfil dos clientes, que valorizam a rua e o contato com a vizinhança (coisa de mineiro mesmo) contribuiu na abordagem de um projeto aberto que se relaciona com o seu entorno.

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